Cá estou eu de novo em Sintra.
A beber um vinho barato e um queijo de sabor questionável,
que importa?
Interessante como as vezes me interessa mais em estar comigo mesmo do que
com a comida que como. Casas rosadas, verdes secos, arvores sem graça, arrisco uns traços, mais hoje o nanquim não está muito afim, que mal humor. Encho o copo, um talo de queijo e insisto na aquarela, meu deus que borrão é esse? Será que estou bebado?

Janelas e Vinhos

a 9 graus,
vento de oeste,
sensação térmica de 5 talvez.
Fechadas janelas de Sintra,
que fazem seus moradores?
Penso em Pessoa,
que diria ele destas almas trancafiadas
em casarões sem amigos,
vazias, a beber vinhos?
Por sorte esperam o verão
para lhes aquecer a alma e obriga-los
a abrir seu portilhões seculares
e me acenarem constrangidamente.

Ah o que nos prende
as vezes o tempo,
as vezes opiniões,
as vezes arrependimentos...
Aferroamos nossa alma
a horas,
a preconceitos,
ao que nao fiz..
Desamarrar nos custa
antes de tudo,
antes de todos,
é saber pra onde vou.

as vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar vale a pena ter nascido! Fernando Pessoa.

O Herói Desconhecido

Lá de cima eu via o horizonte
tao distante...
quanto de asa deveria ter para ir ate la?
As vezes, muito as vezes, recordo daquele moleque e como me custa
trazer seu sorriso, sua simplicidade, sua ingenuidade...
Lá de cima, de cima da caixa d'agua, eu colocava minha capa de super
poderes e nao havia dor que nao reparasse, tirano que nao vencia, alegria que
nao pudesse dar.

Saco, acordei de novo!

Assisti hoje um video de um guru, da india, muito simpatico e se divertia com o fato da ingratidão dos homens em estar vivos e não terem isto como a coisa mais importante,

E que todas as outras seriam importantes, depois.

Atualmente estima-se que morram 250 mil pessoas por noite no mundo. 

Vc acordou? Que saco!

Nem dá um sorriso por estar vivo. 

Como pode se aguentar?

O tempo corre, é a vida que se vai. 

Você esta vivo, seja grato.

Uma razão deve ter por isso.