
Nas águas do tempo singro minha sina,
imagens, lembranças e saudades.
Cadê Drumond que não está aqui
para falar de minha vida?,
em poemas que transcende a alma,
e arrancam dela sua mais pura sede.
Essa sede de vida que me sufoca a ser
vivida.
Deixo para trás brincadeiras e namoros
na praça Martiniano, com meninas moças e rapazes comportados.
Prefiro o mar que me desafia,
que me prova a vida, do que lagoas, paradas, quietas, podres.
Salga minha pele, seca minha boca,
que sede de viver.
Abram as velas, que venham os ventos,
quero voar sobre as águas,
dobrar a ondas, quebrar o leme,
arrebentar as escôtas, desafiar
a vida.
Cadê o poeta para me arrancar estas
palavras que não traduzem?
Dedico estas palavras a um primo que
preferiu viver e o outro não.
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